Cinema da Terra: um espaço para debate nas escolas

Tendo como ponto de partida a necessidade de interação dos pais de educandos com o meio escolar, quinze jovens promoveram o Cinema da Terra no Assentamento Lucas Dantas, localizado em Ituberá – Bahia. Essa iniciativa criou momentos de confraternização e de debate sobre o processo cultural camponês.

O Cinema da Terra é um projeto pensado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST-, para criar momentos de debates políticos dentro das áreas do movimento. Batendo de porta em porta alguns jovens convidaram todos os assentados para assistirem um filme na escola do Assentamento.

A noite do Cinema da Terra se inicia com uma mística pensada pelos próprios jovens dando abertura ao filme “Tapete Vermelho”. Terminando o filme, é aberto um espaço onde as pessoas presentes comentassem e debatessem o tema retratado pelo filme, “Como é visto o camponês nos meios de comunicação?”.

A presença de crianças, pais, mães e jovens fizeram desse momento um espaço rico em discussões. A escola se tornou um espaço de aprendizagem e de participação ativa da comunidade.

Jovens ocupam e lutam por Educação!

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST ocuparam pela primeira vez a secretária de educação na Bahia. A pauta de reivindicação tem como base a construção de novas escolas nas áreas de assentamento e contra o fechamento das escolas que já existem. Houve um diferencial desta mobilização para as demais realizadas pelo movimento em todo o estado, a maioria das pessoas que ocuparam eram jovens.

Além de ocupar, os jovens passam por momentos de formação. A participação em oficinas (teatro, dança, maculelê, capoeira), são formas de resgatar a cultura popular e estabelecer um momento educacional.

Os jovens passaram sete dias acampados na secretária e conseguiram muitas vitórias, como: a construção de escolas do ensino fundamental 1, escolas de ensino médio e reformas nas escolas que já existem. Essas escolas beneficiaram milhares de crianças e adultos que residem nesses assentamentos e em seus arredores.

A inserção da cultura como forma de mobilização e de formação foi um aspecto relevante sendo este, um processo educacional pregada nas escolas do MST.

Estudar, brincar e cantar

O Movimento dos trabalhadores Rurais Sem Terra – MST desde de seu surgimento em 1984, tem como bandeira de luta a questão da educação. Porém uma educação diferenciada voltada para realidade de cada criança, ou seja, para o campo.

Os assentamentos da Fazenda Pirituba, interior do estado de São Paulo possui várias experiência na área da produção, educação formal, formação politicas e educação infantil a partir das ciranda infantil. 

Nesse contexto surgiu há 6 anos o Núcleo Che Guevara, é um grupo de 40 crianças que se reúne para brincar, cantar, visitar a comunidade e mensalmente se encontram para fazer outras atividades lúdicas e pedagógicas, assim buscando construir uma identidade própria enquanto crianças sem terra.

As atividades são desenvolvidas no espaço da ciranda infantil da comunidade, local onde as crianças ficam durante a semana para que seus pais possam desenvolver suas atividades na produção. Os educadores/as são da própria comunidade e outros voluntários. 

Elas são sujeitos que constroem e vivem sua história de vida, participam diretamente no processo de luta pela terra. Mas também, são crianças que cantam, brincam, pulam, gritam, choram, brigam como outras. 

 

Um dos objetivos do Núcleo é seguir se qualificando e profissionalizando através da música. A comunidade participa das discussão sobre esse processo aprendizado das crianças. 

No inicio as crianças ensaiavam as músicas infantis do MST e musica Caipira, através da flauta doce e violão. Atualmente as crianças já buscam outros meios como a viola, o saquesofone.

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"Frutos da Terra"

A escola Jubeaba, situado no Assentamento Lucas Dantas - município de Ituberá-BA, promove pequenos eventos com os educandos e com a comunidade. Em um desses eventos teve como base a produtividade.  Os educandos procuraram conscientizar a comunidade por meio de música, jogral, teatro e outras manifestações artísticas. Estimulando formas sustentáveis de se produzir os alimentos. A participação da comunidade é um aspecto fundamental para construção desse evento.

O projeto pretende fazer a comunidade refletir sobre as formas de produção que são executadas. E claro, lembrar que somos filhos da terra e amigos da natureza, afirma Gisele, educadora da escola.

Durante uma semana os educadores trabalharam conteúdos dentro desta temática. e os educandos produziram um painel com seis mandamentos para se produzir bem, sem prejudicar o solo e nem a saúde.

SEIS MANDAMENTOS DA PRODUÇÃO

-Respeite a natureza, ela é nossa amiga;

-Não faça queimadas;

-Não desmate as matas auxiliares;

-Não maltrate os animais;

-Não use venenos nas plantações;

-Seja amigo da Agroecologia;

"Educação e Cultura nos Assentamentos"

A cultura esta interligada diretamente com a educação, com o intuito de incentivar os educando a criar grupos dentro da própria escola.

A escola Arco-Íres localizada no assentamento Agroíza no Município de Vermelhos- Lagoa-Grande –PE, criou um grupo de banda de lata formada por alunos do assentamento. O grupo ajudou a melhorar nas atividades e nos interesses do aluno para com a educação.

O objetivo é incentivar as atividades culturais e estimular o gosto do aprender em diversas formas. A banda de lata é uma maneira de incentivar os estudantes a se interessarem cada vez mais pela educação através da cultura. 

 

 

Educação do Campo e para o Campo!

      Universidade Federal do Ceara- UFC realiza o primeiro curso de jornalismo para assentados e assentadas de áreas de reforma agrária. O curso é composto por 49 estudantes de todo Brasil, e funciona em regime de alternância  tempo presencial na universidade e tempo comunidade onde os estudantes voltam para duas realidades e desenvolvem a teoria junto com a pratica nos assentamentos, acampamentos, escolas, rádios e outros espaços de ...

     O curso é uma conquista do trabalhadores do Campo, que buscam fazer uma outra comunicação diferente voltada a atender as necessidades dos movimentos e de grande parte da sociedade que não tem voz e nem vez na grande mídia hegemônica no país. 

                                                         Vídeo: Turma de Jornalismo da Terra 

Por: Daniela Santana